Altos e baixos na biotecnologia... mas o valor continua a existir?

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Hagerstown Community College, Flickr, Creative Commons

O índice de referência NASDAQ Biotech subiu 32% em 2012 e cerca de 66% em 2013. Este ano também começou bem para a biotecnologia, mas, posteriormente, os preços do sector sofreram uma brusca correção e o índice perdeu 10,7% em dólares em março. Ainda assim, Nathalie Loetscher, Portfolio Manager do UBS Biotech Equity Fund, da UBS Global Asset Management, mantém a sua perspetiva positiva para o sector e espera que os novos progressos nas terapias através de ensaios clínicos possam oferecer retornos positivos durante este ano. 

Ciclo de renovação 

A profissional indica que na entidade continuam positivos na biotecnologia “por causa do potencial dos novos medicamentos que estão em fase de aprovação, e que se destinam ao tratamento de doenças como o cancro da mama ou leucemia”. A apoiar esta postura da entidade, está também o facto de as valorizações continuarem a suportar um fluxo contínuo de dados para novas terapias. “A aceleração da inovação em 2013 foi impulsionada pelos avanços científicos, em áreas como a oncologia ou as doenças raras”, diz, não esquecendo outro factor decisivo: a receptividade do contexto regulatório a novos medicamentos. 

IPOs e M&A suportam sector 

“Para além disso, as fusões e aquisições é provável que ofereçam um impulso ao sector, com as maiores empresas farmacêuticas com grandes redes de distribuição a incorporarem empresas de biotecnologia para ganharem acesso a novas terapias, complementando os seus ‘pipelines’. Neste sentido da consolidação do negócio há também que reforçar o número record de IPOs do sector, que suportam a força e o ritmo da inovação. 

Também o interesse dos investidores pela biotecnologia é denotado na entrada de dinheiro nos fundos da área da saúde, que cresceu durante o ano passado.  “Apesar de ter havido alguma rotação de fluxos em março de 2014, os drivers do sector de biotecnologia continuam intactos e a UBS continua a vislumbrar uma perspetiva positiva para o sector a longo prazo”, refere. No entanto, o perfil de risco de muitas das ações de biotecnologia não pode ser deixado ao acaso. “Recomendamos uma abordagem diversificada ao sector de forma a reduzir  a volatilidade, e de forma gerir a exposição a certas classes de medicamentos e de doenças”. 

Empresas líderes

O fundo UBS Equity Fund Biotech, da entidade, aposta principalmente em 10 empresas. Desse universo fazem parte nomes como Gilead, Biogen Idec, Alexion, BioMarin e Regeneron. A título de exemplo, sobre a primeira empresa, Nathalie Loetscher realça que “a Gilead é a empresa líder no desenvolvimento dos medicamentos para a hepatite C”.