A recente estratégia do maior hedge fund brasileiro

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kenjionze, Flickr, Creative Commons

Aquele que é um dos maiores hedges funds do mundo, o Fundo Verde, continua a ser o maior do Brasil. Pertencente à categoria de multimercado, o fundo pode investir em qualquer ativo, e conta atualmente com um património de 14 mil milhões de reais, considerando ainda as várias carteiras que replicam a sua estratégia.

Se no começo do ano o fundo tinha 13% dos seus recursos aplicados em ações de empresas brasileiras, em abril esse valor caiu para 5%, o que significa que a parcela de recursos aplicados na bolsa canarinha caiu para menos de metade num espaço de quatro meses.

A estratégia seguida por Luis Stuhlberger, gestor do fundo, incorpora a ideia de que a alta recente da bolsa e as quedas do dólar e dos juros são temporárias por não estarem de acordo com os fundamentais da economia brasileira, que apresenta deterioração das expectativas de crescimento, inflação alta, contas fiscais desequilibradas e conta-corrente externa com déficit elevado.

No relatório que é enviado aos clientes o gestor reafirma as suas apostas que fizeram o Verde perder 0,95% em abril e 2,8% no ano, perante um CDI de 0,81% e 3,23% de um Ibovespa de 2,4% e 0,23%, respetivamente. Para Stuhlberger, “no longo prazo, a balança do mercado vai pender para o lado dos fundamentais problemáticos”.

Nos últimos dois meses o gestor acredita que o mercado brasileiro esteve “votando”, ou seja, a fazer uma aposta em cenários políticos e transformando as quedas da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais, em altas nos preços dos ativos , especialmente ações estatais.