A posição das gestoras face à recuperação dos bancos europeus

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Mr Mo-Fo, Flickr, Creative Commons

A analista da Pioneer Investments,Virna Valenti, explica que a sua gestora começou a ter uma atitude mais constructiva com os bancos europeus durante o segundo semestre do ano passado, ao constatar a redução dos riscos presentes na economia comunitária. Actualmente, no entanto, mantêm-se neutrais “porque a incerteza no cenário macro continua a ser elevada e a crescente pressão de regulação está a desafiar os “jogadores” mais fracos, embora vejamos qualquer debilidade futura como uma oportunidade de compra para aumentar a nossa exposição.

Valenti sobrepondera valores incluídos em processos de restruturação que estão a ser bem geridos, como o UBS e o Deutsche Bank, enquanto nos países periféricos fixam-se em Unicrédito. Em linhas gerais a Pioneer mostra a sua preferência pelos bancos “com um modelo de negócio robusto que foram capazes de se preparar o seu capital para o novo cenário, financiando-se, obtendo liquidez, podendo suportar uma política atractiva de dividendos. Para a especialista, os bancos nórdicos e o BNP Paribas cumprem estes requisitos.

Advertências

Os especialistas têm duas advertências sobre o rumo que a banca europeia pode tomar durante os próximos meses.

Pioneer mostra-se cautelosa com a União Bancária, embora considere que se tenha criado um “roteiro”, que inclui como “passos essenciais para um único regulador europeu”, os testes de stress e as revisões sobre a qualidade dos activos, mas estimam que o compromisso político para compartilhar um mecanismo de resoluções comuns ainda está em debate”, concluem.

A segunda advertência, da parte da UBS, é mais específica: “as empresas vão levar muito tempo a normalizar o contexto bancário”, apontam os especialistas, que advertem que se está a gerar um círculo em que se existem “cada vez menos empréstimos para novos investimentos e cada vez mais para refinanciar dívidas antigas”, pelo que concluiem que “as melhoras na Europa dependem de onde as pessoas se encontram”. “Parece provável que muita da liquidez possivelmente vá para a Alemanha, o país que menos necessita dela”, asseguram.