A minha experiência no mundo dos Hedge Funds (Parte II)

Francisco_Carneiro_BPI
Revista Prémio

Olhando para os resultados dos últimos anos (ver gráfico da Bloomberg) o índice HFRX* (que só inclui Fundos que estão abertos para investimento e que conta com apenas 50 a 60 constituintes)  tem retornos muito inferiores ao Índice HFRI (com mais de 1,000 constituintes) que também inclui os fundos antigos como o Moore que já estão fechados e que em alguns casos são muito bons e experientes. Se dermos mais um passo e retirarmos ao Índice HFRI (que Inclui todos os fechados e os abertos) os fundos que ainda estão abertos e se ficarem só com os fundos mais antigos e que estão fechados, a diferença de desempenho é ainda mais significativa.

*Os índices HFRX e HFRI são desenvolvidos pela “Hedge Fund Research” e são comumente usados como referência para a indústria de Hedge Funds

Esta é a segunda conclusão: as carteiras constituídas há mais anos, que incluem os fundos que já estão fechados e que são os mais experientes, têm resultados muito melhores do que as carteiras de Hedge Funds acabadas de criar.

Como se pode ver nos índices acima referenciados o desempenho dos Hedge Funds quando medido por estes índices oscila entre 1% e 5% ao ano nos últimos 5 anos o que não é brilhante quando comparamos com os índices de acções. No mesmo período um investidor teria ganho 7% ao ano em investimentos no índice Eurostoxx 50 que inclui as maiores empresas da Europa e 15% ao ano no S&P 500 que inclui as maiores empresas americanas.

Como se pode ver nos anos em que os mercados estão bons os Hedge Funds ficam para trás relativamente aos investimentos tradicionais em acções. Assim perguntamos para quê ter Hedge Funds e qual a razão do seu enorme sucesso.

Há quem diga que a classe tem interesse pois resiste melhor nos anos maus e depois de analisado o ciclo todo, anos bons e anos maus, compara bem com uma carteira tradicional. Para nós a grande razão para ter esta classe é poder aceder a gestores que fazem coisas diferentes dos fundos tradicionais e que na realidade são completamente distintos das outras classes de activos.

(Leia na próxima semaa a terceira e última parte desta série de artigos de opinião de Francisco Carneiro)