A importância de poupar em tempos de crise

Ana Paulo. Créditos: Vitor Duarte

Nas últimas décadas os níveis de poupança em Portugal têm registado um declínio, quer ao nível das empresas quer ao nível das famílias. A qualidade de vida de indivíduos e empresas aumentou com o acesso generalizado ao crédito e a necessidade de acautelar o futuro deixou de ser encarada como prioritária. Neste momento, estamos a reaprender a viver em condições mais austeras. E é, neste contexto, que a poupança voltou a ser valorizada.

Num estudo recente promovido pelo Grupo Zurich em oito países europeus, cerca de 40% dos portugueses identificou o desemprego como o seu maior risco, enquanto aproximadamente um terço (32%) referiu a pobreza. Este estudo prova que a atual conjuntura económica afeta significativamente o estilo de vida das pessoas e as suas preocupações.

Por outro lado, hoje a realidade mostra-nos que o suporte social de que beneficiamos em Portugal não é eterno nem inesgotável. Com as alterações introduzidas na nova Lei da Segurança Social publicada em 2007 espera-se uma quebra de cerca de 40% nas pensões dos futuros pensionistas. É público que o sistema de previdência deverá entrar na «falência» já em 2020, ou seja, 10 anos antes do inicialmente previsto e que os portugueses correm um sério risco de ficar sem reformas daqui a sete anos. Este contexto obriga a alterar urgentemente os hábitos de poupança de todos.

É neste âmbito que concretamente, a atividade seguradora tem introduzido no mercado diversos instrumentos: produtos de poupança, produtos de investimento e os tradicionais PPR. Os PPR devem ser encarados como uma das muitas hipóteses de poupança disponíveis no mercado. Nos últimos dias, a CMVM divulgou que os planos poupança reforma  reúnem o maior número de participantes em fundos de investimento com quase 30% do total no final do terceiro trimestre do ano passado.

Importante é reter que a poupança para a reforma deve começar no início da vida profissional. Os jovens que hoje se iniciam no mercado de trabalho devem desde logo começar a constituir o seu complemento de reforma, mesmo começando por uma pequena quantia mensal. Quanto mais cedo iniciarem a sua poupança para a reforma maior será o valor que conseguirão acumular ao longo da vida ativa. Este conceito estende-se também às gerações que estão hoje em idade ativa. A poupança a constituir deve ser definida em função do rendimento de cada um, e mesmo por pequena que seja, será certamente importante no futuro.