A estratégia do “melhor analista” de 2012

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Cedida

O analista distinguido nos últimos “Investor Relations & Governance Awards” diz não haver uma periodicidade específica para entrar em contacto com as empresa em análise. “Varia muito”, diz, sublinhando que o trabalho também se estende a outras entidades com quem realiza reuniões de 'cross checking'.

 

Esse mesmo 'cross checking', diz Bruno Silva, muitas vezes é surpreendente, e permite obter resultados que não estava à espera. “É mais fácil obter esse tipo de resultado ou em empresas menos visíveis ou em negócios menos visíveis. O 'cross checking' e a obtenção de fontes alternativas por vezes é mais elucidativa do que relatórios de empresas”, confessa.

 

Precisamente a dificuldade de obtenção de informação pode também ocorrer em empresas de grande capitalização, onde Bruno Silva diz contornar a situação com recurso “ao cross checking, à utilização de informação de outras empresas do mesmo sector, às agências sectoriais, etc”. No entanto sublinha que “a questão da qualidade de informação é ainda factor distintivo, e as empresas Portuguesas genericamente têm padrões muito elevados”.

 

Mundo da análise

 

Em termos de estratégia, o especialista não concorda com a ideia de que numa fase de 'bull market' seja mais fácil realizar uma análise. Bruno Silva concorda sim que “é mais fácil acertar em contextos estáveis do que voláteis”, mas acrescenta que vê “muitas análises de baixa qualidade a acertarem, e vice-versa”.

 

Bruno Silva não hesita no que gostaria de mudar no mundo da análise. Para o analista seria benéfica a homogeneização da regulação a nível internacional, por exemplo.

 

Sobre o facto da análise ser vista como uma actividade reactiva, Bruno Silva explica que “há um 'outside lag' na elaboração de 'reports' pela necessidade de justificação rigorosa. O mercado e todos os intervenientes, porém, fazem um 'trial' e 'error' a toda a hora reflectindo toda a informação disponível a cada instante contribuindo assim para a formação do preço.