“A duration e o risco têm sido os vencedores”

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Mirabaud

IMG_0679Na manhã em que foram conhecidos os resultados das eleições norte-americanas, e em que Donald Trump foi eleito como o 45º presidente dos EUA, a Mirabaud trouxe a Lisboa três dos seus profissionais, no contexto do III fórum Mirabaud AM, para falar de economia e estratégias de investimento. Gero Jung, economista chefe da entidade, começou por apresentar o outlook económico da casa de investimentos suíça, focando em vários aspetos que condicionam as decisões de investimento e pesam na economia: “As economias crescem por várias razões: o crescimento da população, o crescimento da produtividade e as trocas comerciai. Contudo, nas economias desenvolvidas a população em idade de trabalho continua a diminuir, as ideias protecionistas ressurgem e o investimento mantém-se marginal, com as empresas a preferirem gastar em stock buybacks”.

Pela via do estímulo fiscal, o economista observa que já em 2016 se viu um aumento dos gastos públicos, mas é “difícil acreditar que irá acelerar significativamente”. Já no que concerne a política monetária, Gero Jung é claro ao afirmar que o BCE, “a par de outros bancos centrais, irá continuar a adquirir dívida corporativa e soberana” e espera que perspectivas de crescimento modestas nos EUA abrandem o ritmo de contração da política monetária no país.

IMG_0681Já Fatima Luis, senior fixed income portfolio manager, no que concerne ao fundo Global Strategic Bond, fez questão de destacar os ganhos de 3% anualizados nos três anos de vida do fundo, a par de uma baixa volatilidade e correlação com os produtos homólogos. Em 2016, os ganhos atingem os 5,4%, num ano em que “a duration e o risco têm sido os vencedores”. Apesar de ser um mercado “dominado pelos fundamentais”, o segmento fixed income continua a proporcionar ganhos relativos significativos. No que diz respeito aos mercados high yield, segundo a especialista, é nos EUA que as oportunidades são mais evidentes, em resultado da “estabilização do preço e a contínua procura por yield”.

Por último, Umberto Boccato, CIO de investimentos alternativos na entidade apresentou duas soluções de investimento que capitalizam nos mais de 40 anos de experiência da Mirabaud no segmento. Focando no fundo Haussmann, um hedge fund, fundo de fundos, o profissional descreveu um processo de seleção que parte de mais de 8.000 gestores em todo o mundo e chega a uma short list de 20 gestores por ano. No processo é efectuada uma due diligence profunda, tanto offsite como onsite. Com uma carteira composta, principalmente, por estratégias macro (22,7%) e estratégias long/short europeias, globais e norte-americanas, é um fundo que tem captado mais de 80% do upside do mercado, mas apenas 33% do downside, o que tem contribuído para uma significativa outperformance.

Por outro lado, o PMOF -  High Income Fund surge como uma alternativa ao segmento fixed income tradicional. Gerido em colaboração com a Crescendo Advisores International, é uma estratégia que aposta no mercado privado de dívida, nomeadamente empréstimos colateralizados com ativos – por exemplo contas a receber - bridge loans, financiamento de real estate, crédito ao consumo ou corporativo. O objetivo do produto é gerar fluxos de caixa estáveis com um nível de risco adequado.