"A diversificação e a procura de rendibilidade tornaram-se objectivos mais importantes"

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M. Martin Vicente, Flickr, Creative Commons

Os investidores institucionais estão investidos em dívida soberana de curto prazo denominada em dólares, euros e ienes para gerir a liquidez e o risco. Dado os níveis atingidos pelas taxas de juro de curto e de longo prazo, o desempenho destes títulos, em termos reais, é quase nulo e, na maioria dos casos, negativo. "Por conseguinte, não é de estranhar que as instituições voltem a valorizar a sua alocação de activos com o objectivo de ajustamento das suas carteiras. A diversificação e a procura de rendibilidade tornaram-se objectivos mais importante", afirma o UBS Global Asset Management .

De acordo com o publicado recentemente num 'research' da entidade suíça, desde há algum tempo que a diversificação tem sido um processo contínuo. "No entanto, acreditamos que este processo tem sido muito lento, reflectindo que a aversão ao risco continua elevada e o viés tradicional que os investidores institucionais mantêm relativamente a obrigações soberanas consideradas de baixo risco. Dada a necessidades de liquidez dos investidores institucionais para fazerem face às contingências de curto prazo, deveriam continuar a investir em dívida soberana com elevado nível de liquidez e baixo risco, mas de uma forma mais diversificada de forma a aproveitar os benefícios adicionais que proporciona diversificação".

Como explicam, a diversificação não se baseia apenas na necessidade de aumentar os rendimentos actuais, mas também parece ser o razoável de forma a construir uma estratégia de longo prazo que pretenda melhorar a rendibilidade ajustada ao risco. "Embora seja difícil determinar o momento exacto de normalização do mercado, num horizonte de investimento de médio a longo prazo, é razoável esperar que um aumento gradual das rendibilidades se traduza em rendimentos negativos para as obrigações soberanas", afirmam os analistas do UBS Global AM.

Perante esse cenário, a gestora salienta que uma carteira diversificada em diferentes classes de activos, incluindo obrigações supranacionais, dívida corporativa, dívida de mercados emergentes (tanto em moeda local como numa divisa forte) e acções, é melhor em termos de risco-rendibilidade e proporciona uma melhor protecção do capital em termos reais. "Do ponto de vista da alocação de activos, a dívida de mercados emergentes e as acções são as duas classes de activos que oferecem maiores a maior diversificação de benefícios e levam a maiores retornos ajustados ao risco ao longo do tempo."

Da mesma forma, em relação à dívida emergente em moeda local, os analistas da gestora suíça dizem que o investimento nesta classe de activos permite ao investidor institucional reduzir a exposição obrigações soberanas emitidas em moedas de reserva, como o dólar, dando, assim, lugar a uma melhor diversificação do risco na carteira através de uma maior exposição a países que se encontram numa posição fiscal mais sólida e que actualmente beneficiam de economias mais dinâmicas, como é o caso dos emergentes.