"A baixa inflação e a estabilidade da divisa são um suporte para as obrigações asiáticas"

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Scott Hamlin, Flickr Creative Commons

Não há dúvidas de que 2012 foi um bom ano para os mercados de obrigações. Agora, a questão prende-se com a continuação ou não desta evolução positiva na 2013. Para isso, são necessários analisar os factores que afectarão a evolução deste mercado durante os próximos doze meses. Segundo Bob Jolly, responsável global macro da Schroders, é pouco provável que um foco passivo nas obrigações ajude a conseguir altas rendibilidades. “O mais provável é que os mercados continuem a ser afectados pelo desencontro entre forças  políticas e económicas”.

Neste sentido, David Harris, director multisectorial de obrigações norte-americanas da gestora, considera que as perspectivas para 2013 dependem em grande medida da evolução da política fiscal nos Estados Unidos.  Harris mostra-se convencido que as contínuas compras realizadas pela Fed no mercado poderão empurrar os rendimentos da rendibilidade das obrigações do Tesouro ou títulos hipotecários para novos mínimos. “Dado que tanto os rendimentos do dinheiro "efectivo" e das  obrigações do Tesouro norte-americano permanecem baixos, a procura por rendimento entre os investidores continuará a intensificar-se”, indica.

Esta procura por rendibilidade  também pode favorecer os activos do mercado obrigacionista emergente. Para James Barrineau, co-director de mercado de obrigações emergentes da Schroders, talvez a maior vantagem para id investidores nestes mercados seja a degradação que se assiste no mundo desenvolvido.
 “À medida que esta classe de activos foi evoluindo, o conjunto de oportunidades para os investidores aumentou rapidamente.
 A divisa local nos mercados emergentes despertou um grande interesse, apesar de considerarmos que as rendibilidades vão descer para níveis mais moderados ao longo de 2013”, salienta o profissional da gestora britânica.

Dentro do universo de mercados obrigacionistas, um nos quais estão depositavas expectativas para este ano é a Ásia. Segundo Rajeev De Mello, responsável de obrigações da Schroders para a região, as obrigações asiáticas oferecem actualmente rendimentos atractivos relativamente aos mercados desenvolvidos. “Embora o crescimento na região esteja a abrandar, as economias asiáticas saberão responder aos obstáculos que apresenta a economia global”. Assim, De Mello entende que
 “a baixa inflação e a estabilidade das divisas são um suporte para as obrigações asiáticas ao longo deste ano"