2015: High Yield e Periféricos como temas do ano

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Vítor Duarte

O último evento da J.P. Morgan Asset Management realizado em Lisboa contou com três especialistas que perspetivaram 2015: Vincent Juvyns, Global Market Strategist; Paul Shutes, client portfolio manager do Europe Equity Fund e Europe Equity Absolute Alpha Fund; e ainda Brigid Jackson, client portfolio manager da equipa de obrigações. A única representante feminina esteve à conversa com a Funds People onde revelou as oportunidades que espera ter, ao longo de 2015, no mundo das obrigações e que poderão beneficiar o fundo que apresentou JPM Global Bond Opportunities.

As yields estão muito reduzidas, registando o valor mais baixo dos últimos dez anos”, começou por afirmar Brigid Jackson, deixando a sua expectativa para “uma subida da volatilidade durante este ano”. Nestas condições, torna-se imprescindível tentar encontrar soluções para um aumento das yields. Para a especialista os “investidores têm de encontrar as yields mais favoráveis. No momento, o high yield, tanto na Europa como nos Estados Unidos da América, é segmento onde vemos valor e estamos mais confortáveis”. A gestora diz, ainda, que na “Europa estão mais concentrados em reduzir dívida”.

Além desta visão positiva, destaca os 'Contingent Convertible Bonds' (CoCos). Sobre estes, Brigid Jackson, refere que o “investidor em obrigações deseja que a empresa onde investe, reduza a sua alavancagem”, o que justificou o aparecimento dos CoCos, numa lógica de fortalecimento das finanças dos bancos, após a crise de 2008. A sua utilização tem sido prolongada devido aos problemas relacionados com as obrigações soberanas nos países periféricos da Zona Euro. A especialista notou que nos “últimos stress tests houve mudanças significativas nos bancos europeus”, que acabaram por tornar este mercado “mais atrativo”, dando como exemplo o Bank of Ireland.

Apesar dos CoCos serem apelativos, a gestora sugere que para 2015 a atenção deve virar-se para os países periféricos, além do segmento high yield. A especialista justifica esta opção geográfica devido “ao programa de quantitative easing a iniciar pelo BCE em março”.

No entanto, Brigid Jackson admite não descurar outros segmentos dentro do universo das obrigações, embora de uma forma mais seletiva como é o caso do “sector financeiro ou dos convertíveis”. Sobre o primeiro, considera que “ainda existem algumas questões a ser resolvidas”. Já sobre os convertíveis, pensa que poderão superar as ações. “É um mercado pequeno mas com grande potencial”, sublinha. Contudo, concorda que perante uma boa taxa de crescimento, o mercado acionista será o mais indicado para investir”.

A escolha da casa: JPM Global Bond Opportunities Fund

A J.P. Morgan Asset Management elegeu para a sua mais recente apresentação em Lisboa o JPM Global Bond Opportunities Fund, um fundo que tem uma abordagem de retorno total, apresentando um intervalo de volatilidade entre os 5% e os 10%. “O valor depende sempre do contexto do mercado, pelo que nos últimos tempos tem andado em torno dos 8%”, explicou. “Somos muito dinâmicos no que diz respeito à gestão do risco, já que existem momentos em que temos de assumir mais risco e noutros não. Analisamos o risco em toda a sua dimensão”. A par disso a especialista destacou a importância da alocação de ativos, dado que “é a esse nível que se constrói o sucesso ou insucesso deste produto”.

Precisamente, quanto à distribuição do investimento, o fundo terá no máximo 75% do seu investimento aplicado em obrigações com uma notação de crédito abaixo de investment grade, enquanto a sua duration se situa entre -2 e 8 anos. Brigid Jackson julga que as “taxas de juro estão a ajustar-se para um crescimento sustentável, sendo que a flexibilidade e dinâmica na forma como escolhemos as posições podem levar a duration para terreno negativo, o que pode beneficar o fundo perante uma subida das taxas de juro”, conclui. Pensando em timings para a subida das taxas de juro no mercado norte-americano, a especialista da equipa de obrigações da entidade, aponta “para o terceiro trimestre deste ano”.

Relativamente à utilização de derivados a gestora resume o seu uso a “futuros de taxa de juro para gerir a duration e, igualmente, swaps de taxa de juro e CDS”. A aplicação destes instrumentos é fundamentada pela necessidade de opção, numa situação de crise, entre diminuir a volatilidade e aumentar a proteção ou escolher posições mais resilientes para a carteira”.